CREPTUM (Brasil)
“Vama” – CD 2020
Drakkar Productions” –
Nacional
9/10
Eu
sempre me espanto com o fato de que é impossível conhecer a cena extrema
mundial de forma mais ampla. Existem milhares ou até mesmo milhões de bandas
que nunca ouvimos falar até elas aparecerem por acaso na nossa frente. Recebi
da Drakkar esse álbum e não conhecia a banda. Demorou uns dias para sentar com
calma e ouvir o material e sem buscar nenhuma informação sobre o que estava
ouvindo me surpreendi com um poderoso black metal da mais alta qualidade e
vindo embalado em um cd digipack de muito bom gosto visual, com uma produção
que me enganou logo de cara, pois imaginei que era uma banda gringa. Na segunda
audição fui procurar informações e para a minha mais grata surpresa descobri
que o CREPTUM se trata de uma banda paulista. Só posso dizer que fiquei muito
satisfeito de ouvir uma banda nacional com essa qualidade e profissionalismo
com todos os detalhes desse “Vama”. O som do CREPTUM é focado em uma
musicalidade mais contida, com muitas partes cadenciadas que, com a ajuda dos
teclados, criam uma sonoridade bastante poderosa. O álbum abre de forma épica
com a pesada “Earth”, uma música que traz algo do Bathory em sua essência, mas
também de bandas como Dismal Euphony em seus primórdios e com mais peso e
pegada. Os vocais são realmente muito fudidos. A próxima música “Reborn in
Darkness” é mais rápida, inclusive com alguns blast beats, mas focando em riffs
rápidos e com boa dose de melodia. Grande música. Outra música que me agradou muito foi “156”,
que traz algo da cena grega antiga. A
faixa título já se constrói como uma faixa mais pesada, mais climática. Uma
atmosfera grandiosa cerca “Vama”. Depois da acústica instrumental “Kundalini”,
violência se vê libertada em “Revolution Within”, uma das músicas que mais
gostei por sua arrogância e extremismo. O mesmo ocorre com “Devouring Mother”.
O álbum fecha com “On My Skin” que se inicia melancolicamente para logo na
sequência explodir nas caixas com uma composição muito poderosa. Grandes bases
de guitarra e que me lembraram bastante o Rotting Christ mais atual. O CREPTUM
surpreendeu com um grande álbum. É uma pena não ter ouvido essa banda antes,
porém nunca é tarde para resolver esse problema. Comprem o álbum e apoiem a
banda e o selo. Não se arrependerão.
Fábio Brayner
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