sábado, 14 de março de 2020

REVIEW: THE SPIRIT "Cosmic Terror" (2020)

THE SPIRIT (Alemanha)
"Cosmic Terror" - CD 2020
Art of Propaganda Records - Importado
9,5/10

Desde o seu álbum anterior, o fenomenal “Sounds from the Vortex” que esperava por um novo álbum completo desses alemães. Para quem já conhece o THE SPIRIT sabe que sua música é um grande e poderoso tributo à sonoridade que emanava da entidade musical DISSECTION, que deu seu último suspiro quando da morte de seu membro fundador anos atrás.  Muita gente torce o nariz para bandas assim e até certo porto é compreensível, mas quando a influência age no interesse de criar algo realmente poderoso, então a qualidade fala mais alto.

“Cosmic Terror” traz novamente aquele som obscuro, com alto poder melódico, ainda que maléfico e o peso que já era presente no seu debut álbum. A produção do álbum é incrível. O peso e a definição de todos os instrumentos criam um ambiente propício ao que se ouve na faixa de abertura “Serpent As Time Reveals”. O trabalho das duas guitarras se completando na criação dos temas e das melodias é realmente inspirador. A vocalização é certeira também. “Strive for Salvation” tem riffs incríveis e as quebradas da bateria e contra-tempos são muito fudidos. Os momentos mais rápidos se confundem com a própria melodia e diversidade do composição.  Uma das melhores faixas do álbum vem na sequência e chama-se “Repugnant Human Scum”, uma pedrada black/death melódica. O que esses guitarristas criaram nessa música pode-se chamar de perfeição. As melodias se ligam e são absolutamente frias. Black metal em sua essência. Fica difícil superar uma música como essa, mas “The Path of Solitude” vem e faz a sua parte. Aqui a pegada das guitarras e o andamento lembram bastante a clássica “Maha-Kali” do Dissection em vários momentos.

“Pillars of Doom” é uma faixa mais pesadona e usa bem as mudanças de tempo, a partir das quais vão crescendo em intensidade e velocidade. A próxima é “The Wide Emptiness” que mantém a pegada e a qualidade. Fechando esse grande álbum vem a faixa-título “The Cosmic Terror”. Toda faixa que carrega o título do álbum sofre da pressão dessa função, mas nesse caso a música tira isso de letra e se mostra como outro grande trabalho. Mais uma vez se destaca o trabalho das guitarras, assim como da bateria. “The Cosmic Terror” sofre de um defeito, a horrenda arte da capa. Sei que em algum nível ela deve se conectar com a proposta desse álbum, mas é terrível de qualquer forma.  Mas musicalmente estamos falando de um álbum poderoso.


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