sábado, 14 de março de 2020

REVIEW - MY DYING BRIDE "The Ghost of Orion"

MY DYING BRIDE (UK)
"The Ghost of Orion" - CD 2020
Nuclear Blast Records - Importado
8/10

Há cinco anos os mestres do doom metal MY DYING BRIDE não lançavam um novo álbum e as expectativas para esse “The Ghost of Orion” eram gigantescas. O álbum marcou a estreia do novo baterista Jeff Singer, que já tocou no Blaze e no Paradise Lost. A primeira música de trabalho foi a maravilhosa “Your Broken Shore”, que aumentou ainda mais a expectativa por um grande álbum. Tratava-se de uma música com toda a carga emocional que caracterizava os melhores momentos da banda. A presença dos violinos, das melodias mais complexas, da emoção emanando em cada nota. Tudo isso realmente foi um belo cartão de visitas para o novo trabalho. Mas infelizmente, apesar de ser um excelente disco “The Ghost of Orion” acaba frustrando o ouvinte e fã da banda em alguns níveis. Não que seja ruim, longe disso, mas o disco não cresce, não se torna mais poderoso durante a audição. A sensação é de que temos aqui um disco quase burocrático, que traz o que se espera de um álbum do MY DYING BRIDE, mas não se arrisca.

Em se tratando de uma banda como eles, essa sensação acaba sendo bem frustrante. Depois da música de abertura que também foi a música de trabalho vem “To Outlive the Gods”, uma faixa que usa bem as melodias e o peso, assim como introduzindo aqui e ali o violino como elemento a completar o clima construído.“Tired of Tears” é realmente emocional. Um grande uso das estruturas mais melódicas que caracterizam a banda. A próxima é “The Solace” e não me diz muito. Investe em um pretenso clima grandioso e quase ambient, mas acaba se tornando um tanto que deslocada. São mais de cinco minutos que poderiam ser melhor aproveitados. Os vocais femininos aqui são muito bonitos, mas não salvam a faixa. Um dos grandes momentos do disco vem com a carregada “The Long Black Land”, uma música que investe em um peso descomunal, vocais mais death metal em vários momentos e uma escolha melódica que abraça aspectos mais sombrios. A simplicidade dessa composição é o seu ponto mais alto.

A faixa título “The Ghost of Orion” e seus cerca de 3:30 se mantém em volta de uma proposta acústica. Nada mais além disso. “The Old Earth” é a música mais longa e começa de forma absolutamente etérea e aos cerca de dois minutos se torna uma massa sonora. Assim como “The Long Black Land” essa música foca no peso e tradição. Boa música. “Your Woven Shore” fecha o novo álbum e é apenas uma outro. “The Ghost of Orion” vem para cumprir o seu papel de novo álbum desses veteranos, mas em comparação aos dois álbuns anteriores é apenas um bom trabalho, longe da genialidade que esses caras podem produzir.




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